domingo, 6 de dezembro de 2009

DICAS DE LEITURA

SILVA, Claudilene Maria. A Questão Étnicorracial na Sala de Aula: a percepção de professoras negras in GONÇALVES e SILVA, Negro e Educação 4. Linguagens, Educação, Resistências e Políticas Públicas. ANPED e Ação Educativa, São Paulo, 2007.

SILVA JÚNIOR, Hédio da. Discriminação Racial nas Escolas: entre a lei e as práticas sociais. Brasília: UNESCO, 2002.

_____________________ (org.). O Papel da Raça/Etnia nas Políticas de Promoção da Igualdade. Anotações sobre a experiência do município de Santo André. CEERT, 2005.

Dificuldades dos educadores???

É preciso que os professores e professoras debrucem-se sobre diversos aspectos. Como trabalhar o tema em sala de aula, como se posicionar quando o assunto é suscitado, seja por questões internas ou externas, o que consideramos um conflito racial na escola, são algumas das questões que devem ser constantemente pensadas e repensadas, discutidas entre educadores e educadoras, pais, alunos e alunas, etc. Outro ponto fundamental: por que há resistência e/ou dificuldade entre os educadores e educadoras para que a temática das relações étnico-raciais faça parte do cotidiano escolar?

a lei e o ensino

O enfrentamento da injustiça no sistema educacional brasileiro é um grande desafio. É necessário o planejamento, orientação e acompanhamento das formulações e implementações de políticas educacionais relacionadas às populações afro-descendentes.
A Lei de nº 10.639/03 torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio na rede pública e particular. No entanto, é fundamental que haja maior compreensão do racismo no contexto escolar para a construção de um projeto educacional que propicie a integração social igualitária de todos os brasileiros e brasileiras, independente da cor/raça, gênero, renda, entre outros.
A ausência de reflexão sobre as relações raciais da sociedade brasileira dentro da escola impede a melhoria do relacionamento interpessoal entre os atores que integram o espaço escolar. Esse silêncio contribui para a naturalização do preconceito e/ou discriminação raciais presentes na escola e fora dela.

FLORESTAN FERNANDES

Segundo Florestan Fernandes, os ex-escravos

foram deixados à própria sorte e sem capital social, ou seja, sem o conjunto de relacionamentos sociais influentes que uma família ou um indivíduo tem para a sua manutenção e reprodução, logo os ex-escravos perceberam que a luta pela liberdade fora apenas o primeiro passo para a obtenção da igualdade ou se, se quiser, para a igualdade racial, pois o racismo não só permanecia como inércia ideológica, como também orientava fortemente a sociedade brasileira no pós-abolição. Tornou-se necessário lutar pela ‘segunda abolição’ (BASTIDE e FERNANDES, 1955, FERNANDES, 1978)

e os negros perceberam rapidamente que tinham que mobilizar-se para ascender socialmente, com o intuito de superar a exclusão e a miséria.

currículo oculto

Sobre o “currículo oculto”, como conjunto de experiências não-explícitas no currículo oficial, pode-se dizer que ampliando a reflexão sobre o assunto, tem-se a situação de violência simbólica (LOPES) a que os educandos e educandas negros vivenciam diariamente na escola: as imagens e mensagens estereotipadas dos livros didáticos, as tensões causadas pelo preconceito racial nas relações interpessoais entre docentes e discentes, os olhares, os gestos, as aproximações, as repulsas, as indiferenças, enfim, toda uma série de conteúdos verbais e não-verbais. Dessa maneira, considera-se a importância da discussão das relações raciais presentes na escola e na sociedade como um todo, propiciando uma profunda compreensão do problema e a reflexão de qual é o currículo ideal contemplando a diversidade e a Lei nº 10.639/2003.

domingo, 30 de agosto de 2009

O EDUCADOR E AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS - II

Muitos educadores e educadoras acreditam que a questão das relações étnico-raciais não faz parte de uma das tarefas da escola e sim dos Movimentos Sociais e seus militantes, de sociólogos, antropólogos, etc. Na verdade, no próprio processo de formação de professores (as) o tema não aparecia significativamente até a Lei nº 10.639/2003. Alguns cursos de Pedagogia e as Licenciaturas ainda passam por adequações para dar o devido suporte teórico aos educadores e educadoras que estão na Universidade, mas os professores (as) que já estão na ativa, quando não buscam essa formação por conta própria, dependem das parcerias que os sistemas de ensino municipais e estaduais firmam para atenderem a essa demanda que sempre existiu, porém, atualmente, é obrigatória no Ensino Fundamental e Médio.

O EDUCADOR E AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

É tarefa essencial de educadores e educadoras a reflexão sobre a realidade racial no Brasil, pois a escola tem papel social primordial: reproduz as concepções de educação e cultura presentes na sociedade, mas também as cria e transforma. A partir desse princípio, cabe a constante busca da resposta à pergunta: como a escola lida com a questão étnico-racial?
Para tanto, é preciso que os professores e professoras debrucem-se sobre diversos aspectos. Como trabalhar o tema em sala de aula, como se posicionar quando o assunto é suscitado, seja por questões internas ou externas, o que consideramos um conflito racial na escola, são algumas das questões que devem ser constantemente pensadas e repensadas, discutidas entre educadores e educadoras, pais, alunos e alunas, etc. Outro ponto fundamental: por que há resistência e/ou dificuldade entre os educadores e educadoras para que a temática das relações étnico-raciais faça parte do cotidiano escolar?

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

MAIS UMA DICA DE LIVRO

UM OLHAR ALÉM DAS FRONTEIRAS: EDUCAÇÃO E RELAÇÕES RACIAIS - NILMA LINO GOMES (ORG.) - COLEÇÃO CULTURA NEGRA E IDENTIDADES -ED. AUTÊNTICA

LIVRO IMPORTANTE PARA ENTENDER A HISTÓRIA DO BRASIL

SOCIOLOGIA DO NEGRO BRASILEIRO, AUTOR: CLÓVIS MOURA - ED. ÁTICA

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

HISTÓRICO BRASILEIRO


O Brasil apresenta um histórico muito particular no que diz respeito ao escravismo tardio que desembocou em um capitalismo dependente, cuja estrutura de classes guarda grandes resquícios das relações escravistas, onde as camadas mais miseráveis da classe oprimida pelo capital são predominantemente formadas por negros e negras, estes ocupando as últimas posições nos indicadores sociais referentes à Educação, expectativa de vida, emprego, renda, saúde, entre outros.

PEDAGOGIA DO SILÊNCIO


O cotidiano pedagógico é entrelaçado de relações dos mais diversos aspectos. Uma outra característica evidenciada é “a predominância do silêncio nas situações que envolvem racismo, preconceito e discriminação étnicos, o que permite supor que a criança negra, desde a educação infantil, está sendo socializada para o silêncio e para a submissão” (CAVALLEIRO, 1998, p.12).

Opinião

Percebe-se a necessidade de uma postura mais crítica e participativa dos (as) educadores (as) dadas às inúmeras situações vividas de preconceito, discriminação e mesmo, racismo no ambiente escolar e a carência de reconhecer o (a) educando (a) como sujeito integrante de uma História que valorize o pertencimento étnico-racial, fugindo aos tradicionais desenhos mimeografados no 13 de Maio – Abolição da Escravatura e ao relato da escravidão, nos quais os (as) negros (as) são coisificados (as), sem que seja sequer destacada as suas formas de resistência e desaparecendo quase por completo do rol de conteúdos e saberes acumulados historicamente, ficando ainda, sem suporte nas cotidianas situações de xingamentos, humilhações, estereotipias, com grande prejuízo emocional, intelectual, psicológico e social.

livro fundamental para educadores e educadoras

DO SILÊNCIO DO LAR AO SILÊNCIO ESCOLAR - RACISMO E PRECONCEITO NA EDUCAÇÃO INFANTIL - AUTORA: ELIANE CAVALLEIRO