sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Relato sobre a Conferência com Ericka Huggins (ex-Black Panthers Party) na PUC – SP

All Power to the People!
Serenidade e sabedoria… Acredito que estas duas palavras resumem a Conferência de Ericka Huggins, dos Panteras Negras intitulada “Movimentos Sociais nos Estados Unidos da América: o legado global do Programa de Sobrevivência Comunitária do Partido dos Panteras Negras (Black Panters Party)”.

Para começar, Ericka cumprimentou a plateia com um “boa noite” em português e demonstrou por diversas vezes o que é não estar centrado/a somente em si próprio/a. Pediu às pessoas sentadas que tivessem lugar vago ao lado que erguessem o braço para que quem estivesse em pé pudesse se acomodar melhor. Preocupou-se com o calor do ambiente lotado e abafado e pediu que ligassem os ventiladores. E, ainda, colocou água no copo e quando todos/as pensavam que era para ela, Ericka estendeu o copo ao tradutor que demonstrou surpresa por tamanha gentileza.

Ericka, nessa passagem de duas semanas pelo Brasil, está visitando universidades, assentamentos e, por meio de conferências, está conhecendo mais do Brasil e de seu povo. Contando sua história, sua trajetória, imbricada na história e trajetória dos Panteras Negras. Mostrou grande simpatia e bom humor e fez um belo relato partindo de sua infância, momento em que descobriu o racismo. Cresceu em uma cidade em que a maioria da população era negra e não entendia porque brancos e negros, moravam em lugares diferentes, mesmo ambos sendo pobres. Não entendia porque crianças brancas cuspiam nela, sem que nada tivesse feito. Perguntou à mãe, que lhe explicou... Falou sobre a escravidão, sobre o racismo, sobre o reverendo Martin Luther King. Em uma grande marcha na adolescência, conheceu os Panteras Negras e passou a fazer parte.
Segundo Ericka, os Panteras Negras tinham em sua insígnia: “All Power to the People”, isto é, apesar de ser uma organização negra, compreendiam que a opressão impunha outras barreiras, além da cor da pele, e queriam que todos, sem exceção, tivessem voz.


Foi muito além dos estereótipos que o movimento representa: homens armados, moda, cabelo black power... Mas uma organização que acolhia homens, mulheres e crianças e tinha como intuito servir à comunidade e não ditar o que ela deveria querer. Desse modo, houve um intenso trabalho social voltado para as necessidades apontadas: roupas, comida, escola... Os Panteras Negras organizaram escolas, campanhas de distribuição de alimentos, criaram clínicas médicas, dentre outras ações, sem um único centavo do governo. Seus membros foram perseguidos, assassinados, presos ou exilados e o movimento foi criminalizado e destruído em 1982, mas seu legado ainda pode ser visto e sentido, não somente nos Estados Unidos da América, mas no Brasil e em outras partes do mundo.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Excertos para reflexão sobre educação e currículo

"... o pensamento educacional brasileiro é inflexivelmente machista e patriarcal. Paradoxalmente, a docência e o magistério de primeiro e segundo graus são atividades predominantemente femininas, mas o pensamento sobre a educação é hegemonicamente masculino". Tomaz Tadeu da Silva (1995)

"A crítica do etnocentrismo e do racismo, assim como a do machismo, apresenta uma oportunidade concreta aos/às educadores/as para começar a interromper aqueles processos de reprodução e perpetuação de relações de poder num dos locais onde eles se apresentam de forma mais constante e eficaz: na escola e no currículo". Tomaz Tadeu da Silva (1995)

Referência: 
SILVA, Tomaz Tadeu e MOREIRA, Antonio Flavio Moreira (orgs). Territórios Contestados: o currículo e os novos mapas políticos e culturais. Petrópolis, Vozes, 1995.

domingo, 8 de setembro de 2013

Ações do MEC para o ensino de história e cultura afro-brasileira e combate ao racismo

"Combate ao racismo, ensino de história e cultura afro-brasileira e africana e promoção da igualdade racial vão fazer parte de programas e ações do Ministério da Educação na inclusão de eixos temáticos para as relações étnico-raciais. A portaria com as novas determinações foi publicada nesta sexta-feira (30) no “Diário Oficial da União”.

Segundo a portaria, o MEC vai incluir o quesito “raça/cor” nos instrumentos de avaliação, coleta de dados do censo escolar, bem como em suas ações e programas “quando couber”.

O preenchimento do campo denominado raça/cor deverá respeitar o critério da autodeclaração, dentro dos padrões utilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que constam nos formulários dos sistemas de informações da saúde (branca, preta, amarela, parda ou indígena)".

Leia mais em: http://www.acordacultura.org.br/noticias/30082013/mec-vai-criar-a%C3%A7%C3%B5es-de-ensino-de-cultura-afro-e-combate-ao-racismo